SCHOPENHAUER - Vontade

SCHOPENHAUER - Vontade
Para o pensador alemão Arthur Schopenhauer, a realidade é dividida em duas categorias, a "vontade" e a "representação". O autor entende o conceito de vontade como a realidade em sí, o mundo como realmente ele é. Isso envolve não só os objetos contidos no espaço físico, mas também nossos desejos, instintos e necessidades. Para ele, é uma vontade invencível e avassaladora, que movimenta o mundo em que vivemos.
Dessa forma, somos movidos por desejos insaciáveis, pois quando conseguimos realizá-los, logo ficamos insatisfeitos e recomeçamos a desejar novamente, em um ciclo vicioso constante. A fome, a sede e o prazer, são exemplos simples da manifestação dessa vontade, que só finda com a morte ou o comprometimento de nossa consciência.
Já a "representação", seria a forma como interpretamos essa vontade. Percebemos o mundo através dos nossos sentidos, dando significados diversos às coisas, "o mundo é minha representação"(2001), dizia o autor:
"O mundo é representação para todos os seres vivos pensantes, embora só no homem chegue a transformar-se em conhecimento abstrato e refletido. Em um primeiro ponto de vista, este mundo existe absolutamente como representação; noutro ponto de vista, ele existe apenas como vontade". (SCHOPENHAUER, 2001, pag. 1, 11)
IMAGEM: Para Schopenhauer, só conseguimos frear essa vontade quando paramos de pensar em nós mesmos. Assim, quando estamos concentrados em nossas próprias vidas, tendemos a seguir dominados pelos nossos desejos pessoais. Por isso, o filósofo propõe a arte como um método eficaz para essa "fuga de nós mesmos". Ao ouvir uma música ou assistir a um bom filme, por exemplo, abandonaríamos temporariamente nossos desejos, retardando os efeitos da vontade.